Setembro Amarelo: Mês da prevenção ao suicídio

Movimento de prevenção ao suicídio: Falar é a melhor opção

O mês de setembro é marcado pela campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, uma das principais causas de morte entre jovens no Brasil e no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida no planeta, e a maioria delas tem entre 15 e 29 anos. 

Mas por que os jovens estão tão vulneráveis a esse problema? Quais são os sinais de alerta que devemos observar? E como podemos ajudar a prevenir o suicídio entre quem conhecemos e amamos? 

Não há uma resposta única para essa questão, pois o suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial, que envolve aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais. No entanto, alguns fatores de risco podem aumentar a probabilidade de um jovem desenvolver pensamentos ou comportamentos suicidas, tais como: 

  • Transtornos mentais, como depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia, dependência química, entre outros; 
  • Histórico familiar ou pessoal de tentativas ou suicídio consumado; 
  • Exposição a situações de violência, abuso, bullying, discriminação ou isolamento social;
  • Perdas afetivas, familiares, profissionais ou financeiras;
  • Doenças crônicas, incapacitantes ou terminais; 

Além desses fatores, é preciso considerar as características próprias da adolescência e início da vida adulta, que são fases de transição e mudanças de qualquer pessoa. Nesse período, os jovens enfrentam desafios como a construção da identidade, a busca por autonomia, a formação de vínculos afetivos e sociais, a definição de projetos profissionais e pessoais, entre outros. OS adultos já encontram problemas financeiros, relacionamentos, crises de identidades etc...  

Esses desafios podem gerar sentimento de insegurança, frustração, angústia, medo e solidão, que podem ser intensificados pela pressão social, familiar e acadêmica. Além disso, todos os grupos estão mais expostos às influências das mídias sociais, que podem ter um impacto positivo ou negativo na sua autoestima e na sua saúde mental. 

 

Como identificar os sinais de alerta? 

Muitas vezes, eles não expressam verbalmente seus sentimentos ou intenções. Por isso, é importante estar atento aos sinais não verbais que podem indicar um risco iminente ou potencial de suicídio. Alguns desses sinais são:

  • Mudanças bruscas ou persistentes no humor, no comportamento ou na personalidade; 
  • Isolamento social ou afastamento das atividades que gostava de fazer; 
  • Descuido com a aparência pessoal ou com a higiene; 
  • Baixo rendimento escolar ou abandono dos estudos; 
  • Alterações no sono ou no apetite; 
  • Uso abusivo de álcool ou drogas; 
  • Expressão de sentimentos de desesperança, culpa, vergonha ou falta de sentido na vida; 
  • Doação de objetos pessoais ou despedida de pessoas queridas; 
  • Acesso ou busca por informações sobre métodos para cometer o suicídio. 

Como ajudar em risco de suicídio? 

Se você perceber algum dos sinais mencionados acima, não ignore nem minimize o problema. O primeiro passo é conversar de forma aberta, acolhedora e sem julgamentos. Demonstre interesse e preocupação com o que ele está sentindo e pergunte se já pensou em se machucar ou tirar a própria vida. 

Não tenha medo de falar sobre o suicídio. Pelo contrário, falar sobre o assunto pode ajudar a aliviar a angústia e a quebrar o tabu que envolve o tema.  

Se o jovem confirmar que tem pensamentos ou planos suicidas, não o deixe sozinho e procure ajuda profissional imediatamente. Leve-o a um serviço de saúde mental ou a um pronto-socorro, onde ele poderá receber o atendimento adequado e o acompanhamento necessário. 

Caso a resposta seja não, mas você ainda estiver preocupado com ele, não desista de ajudá-lo. Mantenha o diálogo e o apoio emocional e incentive-o a procurar ajuda psicológica. A terapia pode ser um espaço seguro e acolhedor para que ele possa expressar seus sentimentos, lidar com seus conflitos e encontrar novas formas de enfrentar as dificuldades da vida. 

Lembre-se: o suicídio é um problema grave de saúde pública, mas também é um problema evitável. Com informação, prevenção e cuidado, podemos salvar vidas. 

Se você ou alguém que você conhece possui pensamentos suicidas, procure ajuda. Ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188 ou acesse o site www.cvv.org.br. O atendimento é gratuito, sigiloso e 24 horas por dia.